Críticas |
|
Especiais |
|
Tops |
|
Com a verdade m'enganas |
|
Série da Quinzena |
|
Poster | restoP |
|
Espelho meu, espelho meu... |
|
Motion Picture |
|
Actrizes Eternas |
|
Actores Em Ascenção |
|
Trailers em Rewind << |
|
Música de Fundo |
|
|
terça-feira, setembro 05, 2006 |
Ouch! The Fountain vaiado em Veneza! (Pequena dissertação sobre a crítica e aqueles que a fazem) |
Mais um, dos mais esperados do ano, que parece não surpreender a crítica. Os espectadores de The Fountain, na sua estreia no festival de Veneza, não só não pareceram muito impressionados com o filme, como chegaram ao ponto de o vaiar, assim que os créditos começaram a rodar. Ok, temos de primeiro entender que isto é uma falta de respeito para com todos aqueles que trabalharam no filme, mas temos também de dar atenção ao facto de que, não bastando não gostarem do filme e criticarem-no negativamente, o público chegou ao extremo de vaiar um filme no seu final. O que, diga-se a bem da verdade, não agoira nada de muito promissor. A Variety deu o seu parecer sobre o filme e também não parece nada positivo. Os termos utilizados para o descrever foram: túrgido, entediante e incoerente. A minha professia começa a cumprir-se, 2006 parece vir a ser um ano de grandes desilusões.
EDIT: Depois de ver alguns blogs e sites que se debruçaram sobre este assunto, achei que devia dizer mais qualquer coisa acerca disto. Parte do texto que se segue pode também ser encontrado como comentário ao post que o Cineblog fez, também sobre esta polémica. Uma das questões que surgiu na minha cabeça depois de ler os posts, tanto o do Cineblog, como este, do The Movie Blog, foi: se uma pessoa tem o à vontade para aplaudir um filme no final da sessão e até fazê-lo com uma ovação em pé, porque raio não poderá (na hipótese de não ter gostado do filme) fazer o oposto e mostrar o seu desagrado? Claro que pessoalmente eu não era capaz de o fazer e muito provavelmente sentia-me ofendido se fizessem isso com uma obra à qual eu tinha dedicado o meu tempo e esforço, mas, e este é um "mas" muito geral, não faz parte da liberdade de expressão de cada um? O motivo pelo qual o fazem é que pode ser questionado. Outra verdade inabalável(ironia) que vejo muitas vezes em tudo o que é blogs (incluindo, por vezes, o meu) é a de que afinal, todos os críticos de cinema não percebem nada do que estão a fazer. Não é verdade. Tenho de fazer um pouco de advogado do diabo, porque acredito que eles fazem aquilo porque realmente gostam. Mesmo que não seja o caso, é disso que fazem a sua vida, por isso, mal ou bem, passam-na a ver filmes e no meio cinematográfico. O que os torna tanto ou mais qualificados do que nós para opniar sobre esses filmes. Os estafermos existem em qualquer profissão e os críticos de cinema não são excepção, agora generalizar e tomar o todo por uma parte não, me parece correcto. É certo que dificilmente as opiniões dos críticos coincidem com as nossas, mas, tal como qualquer blogger, pode ser acusado de ser presunçoso ou inapto para criticar um filme, sempre que não concordamos com a sua opinião. Diz-se que os críticos de cinema são actores ou realizadores falhados. Então, eu pergunto-me se as pessoas, como eu, que têm um blog sobre cinema, são assim tão diferentes deles. Resumindo, se me perguntarem se concordo com a reacção que o público teve em relação a The Fountain, não, não concordo. Mas, que cada um sabe de si e que a liberdade de expressão nos permite ter atitudes menos consensuais é também uma verdade. A verdadeira questão não se prende com esta atitude em particular, mas com o comportamento que determinados críticos têm tido em situações semelhantes. Muitos deles começam a achar-se tão importantes como o próprio filme e acham que a sua palavra é lei, por isso têm atitudes de vedeta e começam a fazer disso um (mau) hábito. Por último, dificilmente a opinião de um crítico me impede de ir ver um filme. Se fosse esse o caso, nunca tinha visto Lady in The Water(e que boa opção que eu tinha tomado). É certo que vou ver The Fountain. Continua a ser um dos filmes que mais aguardo, mas já não vou com tanta certeza de que vai ser uma obra-prima. Porque há críticos que merecem que a sua opinião seja levada em conta. Se os críticos de cinema são uma espécie a abater, porque nos preocupariamos nós a escrever publicamente a nossa opinião sobre filmes. Não estariamos também a colocar um alvo na testa? Etiquetas: Notícias |
posted by not_alone @ 18:19  |
|
4 Comments: |
-
O objectivo de um crítico nunca deverá ser criar réplicas ou gerar um consenso, mas expor de forma bem sustentada todos os pontos essenciais da sua análise. Respeito todos aqueles que o fazem de forma escorreita, mas abomino aqueles que proliferem opiniões sem o mínimo de construtividade. Maldizer é fácil, construir solidamente uma dissertação é bem mais complicado.
Quanto ao filme ("The Fountain")... é aquele que mais aguardo. Não são críticas menos boas (sim, porque existem também algumas que o catalogam como Obra-Prima a ser decifrada com o passar dos ano) que diminuem o meu entusiasmo. Um crítico não é um deus, mas a maioria deles ambiciona gerar réplicas de forma demente. Já estava à espera desta disparidade de opiniões. Os grandes génios geram este tipo de fosso e Aronofsky construiu o sublime "Pi"; "Requiem for a Dream", uma das mais fascinantes experiências cinematográficas dos últimos tempos; e a altamente elogiada Graphic Novel que dá origem a este filme.
A interpretação de uma obra de Arte é supra-pessoal e por exemplo, "Lady in the Water", esse filme execrável para meio mundo, está a ser elogiado por um dos melhores críticos da nossa praça. Saibamos defender os nossos pontos de vista e saibamos exprimir a nossa frustração... mas sem a imaturidade de apupos infantis, ou frazes do género «é mau porque não gosto... porque é pretensioso... porque não presta». Sejamos responsáveis. Saibamos exprimir desilusão com o mesmo requinte que usamos para exprimir admiração.
Não nos esqueçamos disto: Hitchcock, um dos superiores nomes da Sétima Arte, viu as suas obras denegridas na altura do seu lançamento. Mas o seu engenho era tão cabal que o seu trabalho atingiu mais tarde um patamar intemporal inequívoco. Os génios estão muito à frente para o seu tempo. Vejamos Kubrick... outro exemplo-mor.
Abraço!
-
Sem dúvida que ser crítico de cinema é uma profissão como outra qualquer. O problema começa no momento em que os críticos descobrem que é muito mais mediático dizer mal que dizer bem. É inquestionável a sensação de superioridade que isso provoca e uma parte respeitável dos críticos de cinema (tal como os críticos gastronómicos e os críticos literários) desenvolvem uma espécie de dependência a essa sensação (não que seja a maioria - é apenas uma minoria, mas lá está... é-se mais mediático quando se destrói que quando se contrói.
Atitudes como as daquele crítico de cinema que saiu a meio da premiere do "Clerks 2" no meio de um alarido inadmissível, como que a dizer "abram alas para mim, o sr. crítico de cinema que não gostou desta trampa e que quer que todo o mundo saiba como sou superior ao ir-me embora a meio", são completamente ridículas, e não dignificam emnada a profissão (para além de mostrarem um desprezo total pela arte que dizem amar).
Enfim... é o mundo em que vivemos. :)
-
Pronto... Dizeres que 2006 parece ser o ano das desilusões: É realmente preocupante, principalmente para quem ainda não viu nenhum dos filmes vaiados (e já foram vários, quanto mais serem brain-movies :P tipo Southland tales, Lady in the Water e este The Fountain).
Ora, eu ainda não vi nenhum destes três e sinto-me preocupado. Não só porque eles podem ser afinal maus - ou apenas medianos - mas porque os futuros filmes a estrear (falo de INLAND EMPIRE e Science of Sleep) poderão até também serem vaiados! Como já o disse noutros lados, só espero que quando eu for ver estes filmes não me sinta defraudado e me sinta frustrado com tanto alarido por parte de críticos negativistas...
-
Estou de acordo com o que o Francisco Mendes, qualquer critica deve ser fundamentada e o "não gostar, por não gostar" evidencia uma falta de sentido de argumentação deixando por conseguinte essa critica (e critico) desprovidos de qualquer credibilidade. Não sei se The Fountain é o filme que mais aguardo, mas é certamente UM DOS.
Cumps.
|
|
<< Home |
|
|
|
|
Sobre Mim |
Name: not_alone
Home: Portugal
About Me:
See my complete profile
|
Previous Post |
|
Archives |
|
Blogs |
|
Links |
|
Template by |
 |
|
O objectivo de um crítico nunca deverá ser criar réplicas ou gerar um consenso, mas expor de forma bem sustentada todos os pontos essenciais da sua análise. Respeito todos aqueles que o fazem de forma escorreita, mas abomino aqueles que proliferem opiniões sem o mínimo de construtividade. Maldizer é fácil, construir solidamente uma dissertação é bem mais complicado.
Quanto ao filme ("The Fountain")... é aquele que mais aguardo. Não são críticas menos boas (sim, porque existem também algumas que o catalogam como Obra-Prima a ser decifrada com o passar dos ano) que diminuem o meu entusiasmo. Um crítico não é um deus, mas a maioria deles ambiciona gerar réplicas de forma demente. Já estava à espera desta disparidade de opiniões. Os grandes génios geram este tipo de fosso e Aronofsky construiu o sublime "Pi"; "Requiem for a Dream", uma das mais fascinantes experiências cinematográficas dos últimos tempos; e a altamente elogiada Graphic Novel que dá origem a este filme.
A interpretação de uma obra de Arte é supra-pessoal e por exemplo, "Lady in the Water", esse filme execrável para meio mundo, está a ser elogiado por um dos melhores críticos da nossa praça. Saibamos defender os nossos pontos de vista e saibamos exprimir a nossa frustração... mas sem a imaturidade de apupos infantis, ou frazes do género «é mau porque não gosto... porque é pretensioso... porque não presta». Sejamos responsáveis. Saibamos exprimir desilusão com o mesmo requinte que usamos para exprimir admiração.
Não nos esqueçamos disto: Hitchcock, um dos superiores nomes da Sétima Arte, viu as suas obras denegridas na altura do seu lançamento. Mas o seu engenho era tão cabal que o seu trabalho atingiu mais tarde um patamar intemporal inequívoco. Os génios estão muito à frente para o seu tempo. Vejamos Kubrick... outro exemplo-mor.
Abraço!